Resenha Roy Wagner
Disciplina: Antropologia da Educação
Professora: Clarisse Raposo
Aluno: Adilson
Data: 15/05/2014
Resenha
WAGNER,Roy. A invenção da cultura. (Cap. 1 e 2), São Paulo: Cosac Naify, 2010
A Antropologia Contemporânea, instaura o debate acerca do que é cultura, o que é diversidade, enfim, sobre o que é a Antropologia em si. A mesma se preocupa, numa linha influenciada por Pierre Bourdieu, em objetivar nossos processos de objetivação, nomeia como cultura aquilo que “inventamos” de modo relacional, que construímos numa espécie de metáfora entendida como capacidade de tornar significativo, de enquadrar, uma forma de circunscrição criada pelos antropólogos.
Acredita-se, também, que a tomada de categorias elaboradas por antropólogos pelos nativos de forma consciente, aponta a necessidade de revê-las e, neste sentido, tem como objetivo a construção de um objeto conceitual que reconfigure a Antropologia, usando para isso conceitos que superem concepções dualistas de mundo, como rede, simetria, multinaturalismo e relação. Wagner, em “A invenção da cultura”, discorre sobre este ato criativo, partindo do pressuposto de que a condição humana partilhada por antropólogos e nativos os coloca em pé de igualdade, o que rompe com a crença da superioridade epistemológica dos antropólogos perante os nativos, na medida em que ambos são “seres culturais”, estabelecendo, assim, uma paridade epistemológica entre ambos. Durante muito tempo se acreditou que o antropólogo se diferenciava do nativo pela capacidade que o mesmo tem de utilizar sua cultura, refletir sobre ela, enquanto o nativo seria usado pela mesma. Segundo ele, todo nosso conhecimento é comparativo, nada nasce por si só, tudo surge num sistema, de modo que só percebemos o outro pelo estabelecimento imediato de uma diferença a nós. Assim, nossa cultura seria uma espécie de “sujeito oculto”, operando ativamente em todo instante, de forma que o antropólogo, ao descobrir uma diferença, descobre a