Resenha Roger e EU
A cidade de Flint nasceu do e cresceu com o desenvolvimento da GM ao longo das décadas, tornando-se uma pujante cidade industrial no correr dos anos 50. Nessa época, a cidade continha todo o aparato sindical-trabalhista esperado para os padrões norte-americanos da sociedade fordista da referida década, com amplas linhas de produção empregando milhares de operários sindicalizados e dispondo de elevado padrão de vida. Entretanto, com o desenvolvimento de novas formas de gestão de produção flexível, observamos os seus efeitos práticos em uma cidade fora totalmente construída seguindo os padrões do modelo fordista. É nessa questão que podemos encaixar as discussões propostas por David Harvey a respeito da ascensão do neoliberalismo e do modelo de acumulação capitalista flexível.
No final da década de 80, quando os sindicatos dos trabalhadores da indústria de automóveis já encontravam-se muito enfraquecidos, a GM tomou a decisão de fechar parte das suas fábricas na cidade. Incialmente tida como uma decisão pontual, para fazer com que a empresa continuasse a ser lucrativa, ela rapidamente caminhou para a completa erradicação dos empregos nas fábricas da GM locais. Com isso, cerca de 30 mil dos habitantes da cidade ficaram desempregados, jogando a região em uma situação de desespero, caos social e depressão econômica como há muitos anos não haviam visto. Sobre esse ponto, ainda, podemos citar o artigo de David Fantasia, que discute como o