Resenha regimes de historicidade
Além de abordar questões capitais da cultura histórica que nos constitui, o artigo matiza o regime de historicidade que nos rege. Recuperando o conceito de regime de historicidade que nos remete a um alto significado e valor da historicidade, à temporalidade e suas modalidades, quanto à consciência desse campo historiográfico, intrínsecos aí os processos operacionais de memória esquecimento. François Hartog em Mito e História discute alguns problemas ligados a historiografia atual, principalmente no que se refere à ausência de ligações concretas entre o passado, o presente e o futuro no atual estágio de compreensão da História. Esta afastou a relação passado e presente na medida em que recusava cada vez mais a História Magistra- que pressupõe que o passado pode dar lições práticas ao pressente. Tal distanciamento veio da consideração de que a humanidade se expressa no passado de maneiras extremamente múltiplas, que cada ocorrência histórica é singular, e por isso, não pode ser útil a outras circunstâncias; dada tal variedade e singularidade do evento histórico não podemos sistematizá-lo, e assim ver através dele, como podemos não cometer os mesmos erros no presente. Esse raciocínio é reforçado pela máxima de que toda História é uma construção do historiador, não há como recompor a História tal como aconteceu, só podemos dar interpretações, e estas estão sujeitas ao posicionamento do pessoal no presente. Assim, escrever História passou a ser nada mais do que falar da própria subjetividade a partir de documentos de um tempo e espaço bastante específicos da sociedade humana, buscando ao máximo não relacionar o momento histórico do qual se fala a categorias mais amplas, ou dar ao passado finalidades práticas ao presente, que além de afastar o passado e o presente a História também perdeu a capacidade de