Resenha - Primo Basílio
O enredo gira em torno de Luísa, uma típica burguesa da Portugal do século XIX. Casada com Jorge, leva uma vida tranquila – passava o dia em casa, lendo romances e fazendo companhia ao seu marido quando ele está em casa, sem nunca se preocupar com serviços domésticos (era pra isso que ela tinha empregadas, afinal). A moça anseia por um amor arrebatador, igual aos que lia nos folhetins que a distraíam por horas a fio... E é então que seu primo – e ex noivo –, Basílio, volta ao país. Conveniente, pois Jorge estava viajando na época.
O romance entre os dois é intenso e constante. Basílio e Luísa alugam uma casa em um lugar retirado, o recanto só dos dois, e entregam-se à paixão carnal. Luísa experimenta 'libertinagens' que só lera em livros – como quando bebe champanhe diretamente dos lábios do primo, ao invés de usar o copo – e sente-se cada vez mais envolvida.
Ela e o primo trocam cartas de amor, e é aqui que nos encontramos com a música da introdução. O trechinho já citado é a reação de Luísa ao receber um bilhete vindo de Basílio. A moça derrete, se desfaz... As cartas prosseguem, firmes e fortes... E acabam caindo nas mãos de Juliana, uma das empregadas de Jorge e Luísa. Basílio foge em um instante – logo nem no país estava mais.
A partir daí o romance se encaminha para o fim. Juliana usa as cartas para chantagear sua patroa, logrando êxito com seus planos de ter para si quase tudo o que Luísa tem – roupas, dinheiro, liberdade –, enquanto Luísa se afunda cada vez mais na dor, medo e angústia.
Com um fim trágico, mas brilhante, O primo Basílio é uma obra regada à críticas sociais e um realismo cruel. É o tipo de narrativa que te segura na