Resenha O romance "O primo Basílio" de Eça de Queirós, é uma crítica à família burguesa. Luíza, mulher bem educada, de bons costumes, com princípios morais e religiosos, casada com o romântico homem e de boa conduta, Jorge, tem sua vida e sentimentos conturbados, quando seu primo e antigo namorado, Basílio,- homem boêmio, galante namorador- regressa de Lisboa. Bem nesse período de conturbação sentimental, seu marido viaja à trabalho, a deixando só na companhia das empregadas, sua amiga Leopoldina, e seu primo Basílio. Entre muitas visitas de Basílio à sua casa, Luíza rende a seus encantos, traindo não só seu marido como também seus princípios como mulher. Os dois amantes, cada vez mais próximos, trocam cartas e bilhetes de amor, que em um momento de esquecimento vai parar em posse de Juliana, sua empregada. Juliana a chantageia e Luíza fica sob seu domínio. Basílio some ao saber das chantagens, e o seu marido Jorge regressa. Ao ver o desespero de Luíza, Sebastião, um amigo da família, consegue reaver as cartas, e por acidente deixa Juliana morta. Jorge descobre a traição de sua mulher. Luíza arrependida fica enferma e logo após morre. Basílio, ao saber da morte de Luíza revela que a quis só por diversão, e demonstra não sentir remorso algum. Eça de Queirós, com esse romance, quis abordar a conturbada e vergonhosa realidade da alta sociedade. Ela aborda de forma crítica a vulnerabilidade da mulher diante da sedução de um homem; o quanto, por amor a uma mulher, um homem pode sofrer, e perdoar; a desgraça que momentos intensos e de paixão pode trazer para a vida; e que acima de tudo: arrependimentos e chantagens matam.