resenha politicas publicas
Sendo o Estado uma arena de múltiplos e controversos interesses, por vezes explicitados na forma de declarado conflito, alguns irreconciliáveis, a ausência de unanimidade na avaliação das políticas públicas, só por esses motivos, não deveria surpreender, eis que os que avaliam o fazem a partir dos seus interesses e perspectivas individuais ou do grupo que integram (partidos políticos, representações regionais, setoriais, etc.); portanto, grosso modo, é possível dizer que todos os governos, simultaneamente, acumulam êxitos e fracassos. Ao final de um mandato algumas promessas levadas aos palanques eleitorais terão sido cumpridas, outras nem tanto, e outras serão mantidas como promessas e expectativas de realização em um eventual segundo mandato; destarte, o saldo, se positivo ou negativo, refletirá tão somente um ponto de vista. À situação cabe valorizar os sucessos, enquanto que à oposição responsável cabe acompanhar e fiscalizar a realização das promessas, bem como oferecer alternativas. Por conseguinte, o autor argumenta que juízos definitivos e taxativos a respeito do desempenho de um governo, aferido através das PP implementadas, no que tange à responsabilidade de mais alto nível, ainda que embasados em dados e fatos, sempre guardarão uma dose de subjetividade. Contudo, há argumentos, bem como evidências empíricas mais sólidas do que a simples diferença de perspectiva para explicar a impossibilidade de uma avaliação conclusiva e definitiva das PP, sendo essas, em sentido amplo, as teses do autor. Portanto, procurando manter-se à margem dos juízos de valor e dos irredutíveis e comprometidos posicionamentos ideológicos, este ensaio tem dois objetivos: 1) demonstrar que as críticas às PP de um Governo têm origem na dificuldade natural e intrínseca ao ato de governar, dado que as iniciativas dos dirigentes transitam entre os estreitos e difusos limites que têm, de um