Resenha Poema Sujo
Poeta, crítico de arte, tradutor, cronista, dramaturgo e ensaísta, Ferreira Gullar nasceu em 1930, em São Luís do Maranhão. Em 1951 mudou-se para o Rio, onde ficou conhecido pelo movimento neoconcreto, que criou ao lado de Lygia Clark e Hélio Oiticica. Engajado, nos anos 60 foi presidente do CPC da UNE, filiou-se ao Partido Comunista e ajudou a fundar o grupo Opinião. Preso após o decreto do AI-5, em 1968, é exilado, período em que escreve sua obra mais famosa, Poema Sujo. Retorna ao Brasil em 1977 e, depois de uma nova passagem na prisão, volta a publicar regularmente – já são mais de 40 títulos, muitos deles premiados. Em 2010, quando completa 80 anos, Gullar, que já foi indicado ao Nobel, recebe o Camões, o mais importante prêmio da língua portuguesa, e se prepara para lançar novo livro de poemas, Em Parte Alguma.
O poema sujo retrata as memorias de infância e adolescia vividas pelo autor Ferreira Gullar em São Luís - Maranhão, sua cidade natal. O autor escreveu esse poema durante o exilio em Buenos Aires.
Os primeiros versos representam as primeiras memórias do autor e, por isso, as lembranças desses versos manifestam-se de maneira imprecisa. turvo turvo a turva mão do sopro contra o muro escuro menos menos menos que escuro menos que mole e duro menos que fosso e muro: menos que furo escuro mais que escuro claro como água? como pluma? claro mais que claro:coisa alguma e tudo
(ou quase) um bicho que o universo fabrica e vem sonhando desde as entranhas
Em seus versos, ele relembra o seu primeiro amor, e deixa transparecer que não lembra mais do nome da amada, devido a passagem do tempo. bela bela mais que bela mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera nem Nara nem Gabriela nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
Durante todo o poema retrata o cotidiano da sua cidade natal e também reflete sobre seu corpo, como