RESENHA: PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE ENFERMAGEM
DANIELA RIBEIRO DE CARVALHO

FREIRE, Paulo. Ensinar não é transferir conhecimento. In: FREIRE, Paulo: Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários a Prática Educativa. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2001. Cap. 2. p. 47-87.

O eminente autor, educador e filósofo da educação Paulo Reglus Neves Freire, dedicou sua vida aos estudos em filosofia da linguagem, sobretudo, na disseminação da crença que tinha no poder transformador da educação. Professor, na rede pública de escolas de Recife-PE, já nos anos de 1940, Paulo Freire começava a desenvolver o seu método de alfabetização, baseado na valorização do conhecimento prévio trazido pelos educandos, geralmente trabalhadores. Assumiu cargos de destaque na área da educação, entre eles o de Diretor de Extensões Culturais na Universidade de Recife, mas no período da ditadura militar, sendo acusado de traição, foi exilado e deu continuidade ao seu trabalho de alfabetização em países como Bolívia, Chile, Guiné Bissau e Moçambique, atuando ainda como professor convidado da Universidade de Havard, voltando ao Brasil somente na década de 1980. Dentre várias obras publicadas mundialmente, podemos ressaltar “Pedagogia do Oprimido”, “Pedagogia da Indignação”, “Educação como prática de liberdade”, “Pedagogia da Autonomia”, como alguns dos escritos que demonstraram a luta de Freire por um modelo de educação libertadora.
Em Pedagogia da Autonomia, Freire trata da importância de uma educação pautada com base no respeito do educador pelo educando, em uma docência construída coletivamente através do modelo “dosdicência”, no qual docente e discente produzam conhecimento através de pesquisas, evitando a reprodução e um currículo que tenha como base a “educação bancária”. Freire encara a educação, no viés da autonomia, como uma intervenção no mundo, na tentativa de modificar os contextos nos quais os sujeitos se inserem, utilizando como método o transporte da realidade em que vivem