resenha Os Intocáveis
Na espetacular abertura, Philippe (François Cluzet) e Driss (Omar Sy) parecem estar em uma situação delicada: por conduzir um carro em alta velocidade, Driss é parado pela polícia e se diz desesperado para levar Philippe, aparentemente correndo risco de morte, para um hospital mais próximo. Atônitos, vemos a seguir que tudo não é apenas uma imprudência da dupla, mas que a mistura testemunhada de drama e comédia será usada em toda a narrativa de “Intocáveis”.
Após este momento, “Intocáveis” retrocede para o momento em que Philippe e Driss se conhecem. Trata-se de figuras extremamente opostas. Philippe é um rico tetraplégico à procura de alguém que possa observá-lo e atendê-lo diariamente. Morador da periferia que recentemente saiu da prisão após uma acusação de furto, Driss é um malandro que apenas se candidata a vaga de enfermeiro particular para ser prontamente eliminado do processo de seleção e receber um seguro do governo para sustentar a sua família. Por incrível que pareça, Philippe visualiza em Driss a pessoa perfeita para o trabalho, uma vez que está exausto de todos sentirem pena dele por causa de sua condição.
As coisas fluem tão bem que Philippe e Driss não se tornam apenas bons amigos, como também se transformam como indivíduos. Parece improvável, mas “Intocáveis” se inspira em uma história real. Neste caso, o drama biográfico de Philippe Pozzo di Borgo, um herdeiro e executivo bem-sucedido vítima de um acidente de parapente que o deixou imóvel do pescoço aos pés. Encontrou no argelino Abdel o amigo ideal para encarar a vida após a irreversível tragédia com