Resenha Nove Pontos sobre a Monumentalidade
CAMILE VECCHI PACHECO
TEXTO: Nove pontos sobre a monumentalidade
[José Luís Sert, Fernand Léger, Siefried Giedion]
Quando a Segunda Guerra Mundial se aproxima, vários artistas e arquitetos europeus se refugiam em Nova York. É exatamente nesse contexto que Fernand Léger, Siefried Giedion e José Luís Sert se encontram e que, a partir de então, elaboram o manifesto “Nove Pontos sobre a
Monumentalidade”, peça chave para discussões ainda após o fim da Guerra. O texto traz o conceito de monumento como meio de representação dos ideiais da sociedade e como fator de integração da consciência coletiva por meio de nove pontos, como indicado em seu título.
Misturando o passado com orientações futuras, o manifesto defende o monumento como principal elemento possibilitador do diálogo entre arte, arquitetura e vida urbana.
Dessa forma, o primeiro ponto coloca os monumentos como verdadeiros marcos dos ideais e das características do Homem. Deve ser concebido para ultrapassar o seu tempo, ligando presente e passado, resistindo como herança para as próximas gerações. No segundo ponto, os autores afirmam os monumentos como tradução das mais altas aspirações culturais de um povo, traduzindo sua força coletiva em símbolos e expressando seus sentimentos e seus pensamentos.
E, no terceiro ponto, explicam que, para desenvolver estes símbolos, a época precisa ter uma vida cultural desenvolvida, ou seja, é necessário que exista uma consciência e uma cultura unificadoras.
Justificam, então, que os períodos caracterizados pela efemeridade não vinham obtendo sucesso com monumentos que perduram ao longo do tempo.
No ponto quatro, os autores colocam uma certa desvalorização da monumentalidade, assistida nos últimos cem anos. Não uma falta de monumentos formais ou construções com esse propósito, mas, sim, uma carência nos chamados monumentos da época de espelhar o espírito e as aspirações coletivas dos tempos modernos. Este declínio e o