Resenha: Nossa senhora da help
O estudo de doutorado foi realizado a partir de pesquisas, através de uma abordagem antropológica, visando o debate sobre as ligações entre turismo, prostituição e migração.
O turismo sexual “democratizou-se“ ao longo do tempo, constituindo atualmente um fenômeno massificado em alguns países. A prostituição é proibida na maior parte dos países onde o turismo sexual acontece. No entanto, a legislação existente a este respeito não é cumprida ou é insuficiente. A verdade é que a prostituição representa para os países que acolhem o turismo sexual, mesmo que ilegalmente, uma importante atividade econômica, uma vez que trazem turistas e consequentemente dinheiro ao país, ajudando assim ao seu desenvolvimento econômico.
O estudo de Ana Paula da Silva e Thaddeus Blanchette focalizou a praia de Copacabana, caracterizada pela presença de estrangeiros e prostitutas. Analisando depoimentos de estrangeiros, os pesquisadores notaram uma definição idealizada da cidade por parte dos turistas, na qual ela é vista como um "campo de diversões sexuais", em que as mulheres se apresentam sexualmente disponíveis, bonitas e exóticas. A definição contextualiza a busca de relacionamentos sexuais e afetivos com as brasileiras, também vistas como mulheres totalmente diferentes daqueles de seus países de origem.
Uma pesquisa patrocinada pela OMT e divulgada em 2005 revelou o perfil do turista sexual que vem ao Brasil. Ele é na maioria das vezes de classe média, tem entre 20 e 40 anos de idade, viaja desacompanhado ou com outros homens. Italianos, portugueses, holandeses e norte-americanos lideram o ranking dos turistas sexuais. O Rio de Janeiro opera como pólo de atração de turismo sexual há várias décadas.
Durante três anos, Thaddeus e Ana Paula visitaram regularmente a boate