Resenha - Nancy Fraser
“Redistribuição, reconhecimento e participação: Por uma concepção integrada de justiça.”
- Nancy Fraser
Inicialmente, Fraser apresenta ao leitor os dois tipos de demandas por justiça social que imperam na contemporaneidade: as demandas redistributivas que visam uma distribuição mais justa dos recursos e bens, e as demandas por justiça social que buscam, por exemplo, o reconhecimento das perspectivas diferenciadoras de minorias éticas, “raciais”, sexuais, da diferença de gêneros... Com o advento da ideologia do livre mercado as demandas por reconhecimento passaram a predominar sobre as demandas por redistribuição, o que contribuiu consideravelmente para mantê-las dissociadas, tanto do aspecto prático, quanto teórico. Nesse contexto insurgem como antíteses a redistribuição e o reconhecimento, a política de classe e a política de identidade, o multiculturalismo e a democracia social. O autor, entretanto, desenvolve uma tese segundo a qual, os aspectos emancipatórios dos dois paradigmas devem ser integrados em uma única e abrangente estrutura, pautando-se em uma concepção bidimensional de justiça que possa comportar as demandas da igualdade social e do reconhecimento das diferenças. Passa a analisar as demandas supracitadas de maneira diferente da presunção tradicional, que vê como foco da politica de distribuição apenas as injustiças de classe e da política de identidade, as injustiças de gênero, sexualidade e raça. Atribui a essas políticas um aspecto mais amplo e dinâmico tratando-as como dimensões da justiça capazes de permear todos os movimentos sociais. O autor explora diversos segmentos sociais, fortalecendo sua tese segundo a qual reconhecimento e redistribuição devem ser considerados conjuntamente na persecução da justiça social. De início, examina individualmente os dois tipos de política ora analisados, considerando tipos de coletividades que se aproximam de cada uma delas, e que necessitam da redistribuição ou