Resenha Mundo Feminino
O livro “História da Vida Privada” vol.3 é uma coleção de artigos conhecidos como “República da Belle Époque á Era do Rádio”. Coordenador geral da coleção: Fernando A. Novais, organizador do volume: Nicolau Sevcenko. O capítulo cinco é “Recônditos do Mundo Feminino“ escrito por "Marina Maluf e Maria Lucia Mott”. O artigo tem o objetivo de reconhecer o papel da mulher na sociedade. Afinal, foi recente a presença das mulheres de camadas médias e altas - as chamadas de “boa família”, nas ruas para sustentar a casa ou o que fosse necessário. Pois, a mulher casada, teria que evitar a sair na rua com um homem que não fosse seu pai, irmão, ou marido. Os costumes da época revelam que o poder que o marido exercia sobre a mulher, ia além do que era permitido pela lei. O caso da separação de Cora Magalhães mostrou como o homem possuía mais domínio e influência do que a mulher. Ela pretendendo se separar, alegou humilhação; seu marido recorreu de modo a se passar como vítima, sendo assim seu pedido aceito e de sua mulher negado. Era normal nesse período, pedido de divórcios, muitas vezes por conta de agressões a mulher. O homem se sentia no direito de agredir sua esposa quando o achasse errada. A lei não aceitava tais agressões, entretanto, era a revelado pela proteção dos costumes. O código civil da época retratou a maneira como o homem e a mulher deveriam ser socialmente. Ele possuía a imagem de administrador da família, tendo sua imagem pública, assegurando a ordem familiar, enquanto ela deveria ficar em casa cuidando de tarefas domésticas e dedicando- se aos filhos. Com a imagem masculina pública, e a feminina considerada como uma doméstica, deu-se mais reconhecimento para as funções exercidas pelo homem, sendo o trabalho, o poder que o marido possuía. Com essa visão predominante à tempos, a mulher mantinha sigílo sobre o que ocorria em sua relação; pois com apenas um comentário sobre alguma