Resenha monteiro lobato: intelectual, empresário, editor

Monteiro Lobato: lições editoriais

A obra
O livro Monteiro Lobato: intelectual, empresário, editor é uma obra que foi publicada na coleção “Memória Editorial”, em co-edição da Com-Arte com a Edusp, a partir da tese de mestrado de Alice Mitika Koshiyama, professora doutora da Universidade de São Paulo. Numa edição que apresenta uma clara preocupação com a qualidade e a beleza, por conta de seu formato (21 x 22 cm) e de seu papel de alta qualidade e que aumenta a leiturabilidade, o livro também apresenta margens grandes no seu miolo e, sendo um trabalho acadêmico a ser usado para estudos, possibilita que o leitor faça anotações ao longo de sua leitura. A obra apresenta uma série de questionamentos e esclarecimentos acerca do desenvolvimento do mercado editorial brasileiro, principalmente ao longo da primeira metade do século XX, com foco principal na contribuição de Monteiro Lobato para esse progresso. Para isso, Mitika traça um panorama do cenário que precedeu o período de atividade de Lobato, para chegar aos pontos que influenciaram sua ação e a de seus contemporâneos.

Precedentes
Segundo Aníbal Bragança, a “figura do editor só se constitui plenamente no mundo moderno após a invenção da tipografia, quando mais do que simplesmente dar à luz o importante é publicar” [1]. De acordo com o panorama que Mitika traça do período que antecedeu Monteiro Lobato e da situação em que os editores exerciam suas atividades, o editor era um personagem inexistente no período anterior a 1808, considerando que Portugal restringia o desenvolvimento da produção cultural em território brasileiro e inibia mesmo as tentativas mais precárias de implantação de imprensa no Brasil colonial, legalmente e na sua forma estável. Após a Independência, o desenvolvimento da atividade de edição se transformou lenta e gradativamente, de modo que se chegou à figura de Monteiro Lobato que, se não foi um editor pleno, de acordo com o que mostra a autora, ao menos pode ser