resenha mito fundador

2137 palavras 9 páginas
Marilena Chauí nasceu em São Paulo, em 1941, cursou Filosofia e fez mestrado na Universidade de São Paulo (USP); doutorou-se na França, defendendo tese em 1971; em 1977 aconteceu a defesa de sua tese de livre docência. O mito é uma representação de Brasil para os brasileiros. Assim, os brasileiros construíram sobre si mesmos, formas de mitificação das representações que têm de si: o índio corajoso e os bravos portugueses cuja mistura produziu, entre outras coisas, o samba.
O mito fundador é, dessa forma, compreendido como aquele que explica a origem ou a fundação de determinado povo e este é eternizado pela sua constante contradição, a cada momento da história de um povo. Para argumentar, a autora lança mão de alguns mitos brasileiros, como a crença generalizada de que o Brasil é um dom de Deus e da Natureza, que tem um povo pacífico, ordeiro, generoso, alegre e sensual, mesmo quando sofredor, ou ainda que seja um país sem preconceitos.
O Mito Fundador, fala sobre a forma como foi produzido o mito fundador do Brasil. Primeiramente, relacionado à Natureza, pois funda-se nela, desde o descobrimento do Brasil, em 1500, através da ideia do Paraíso na Terra, o Topos do Oriente como o Jardim do Éden, o que nos lança para fora do mundo da história concreta.
Na visão da autora, a servidão voluntária é a forma de explicação, como também a justificativa da escravidão de negros e índios pelas elites, pelo mecanismo da naturalização da escravidão no Brasil Colônia. A segunda forma teria sido a sagração da história pela divinização dos governantes, que representam Deus, e não dos governados.
O “Brasil” não estava à espera de Cabral, não foi uma descoberta: trata-se antes de uma invenção histórica e uma construção cultural, instituído como colônia portuguesa e inventado como “terra abençoada por Deus”. As grandes navegações, além de constitutivas do capitalismo mercantil, são, simbolicamente, um alargamento de fronteiras do visível e um deslocamento das fronteiras do

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