Resenha: Michel de certeau
Capítulo VII – “Uma Variante: A Edificação Hagiográfica”
Michel de Certeau nasceu em Chambéry, em maio de 1925. Após sua formação em Filosofia, Letras Clássicas, História e Teologia, ingressou na Cia. de Jesus e tornou-se padre em 1956. Permaneceu como jesuíta até o final de sua vida. Seus estudos estarão voltados para religião e o misticismo dos séculos XVI e XVII o que também escreverá sobre historiografia com um enfoque a multiplicidade cultural, ou seja, para ele a pesquisa historiográfica deveria estar ligada a história cultural.
No livro “A escrita da história”, o autor teoriza sobre o historiador e a concepção de sua análise histórica. A instituição será uma influencia relevante ao historiando, onde desde a escolha do objeto e das fontes passa por regras acadêmicas que legitimará o resultado final. A obra representa um marco fundamental da moderna teorização sobre a natureza do fazer histórico. Ele foi concebido como uma série de estudos destinados a identificar as etapas-chaves da prática historiográfica e suas abordagens ao longo do tempo. Certeau também apresenta o interesse pelo “outro” define uma perspectiva epistemológica e um método: trata-se da procura pela “compreensão” do que não é inteligível dentro de um certo discurso social e histórico.
O capítulo VII, possui como tema: “Uma variante: A Edificação Hagiográfica”; e, para realizar uma melhor análise sobre o tema, é importante definir claramente o conceito de “hagiografia”, termo este, relacionado a um gênero literário, que consiste na descrição da vida e/ou obra de determinada figura religiosa, tal como, santos e beatos. A Hagiografia cristã não está limitada à Antiguidade ou à Idade Média, mesmo que desde o século XVII, tenha sido muito estudada sob o ângulo da crítica histórica e de um retorno às fontes e, desta maneira, alinhada com a lenda nos tempos de uma pré-historiografia antiga que reservava ao período moderno o privilégio