Resenha Match Point de Woody Allen
Match Point é considerado por alguns como uma tentativa bem sucedida de Woody Allen fazer drama. O filme conta a história de um anti-herói, Chris, que já no começo do filme solta uma frase que faria todo o sentido ao término do filme: “Eu prefiro ter sorte a ser bom.” E é exatamente a sorte que Allen vai tematizar. Durante todo o longa Chris consegue importunar o telespectador com seu mau-caráter e com o jeito que manipula as pessoas a favor de sua sorte. Faz a amizade certas, o casamento certo, a confiança de quem precisava e consegue ser amante da pessoa mais sedutora apresentada no filme. Essa vida corria nos trilhos quando o azar de uma gravidez indesejada vem manchar toda sua sorte no quesito família. Impulsionado por “Crime e Castigo” de Dostoiévski, ele comete um Crime mas não sofre o castigo. Tudo por causa da sorte que diz ser evidente no começo do filme. Um filme que trata sobre a sorte é sobretudo um filme determinista. O livre-arbítrio é marcante na formação do personagem, mas é o determinismo da sorte que o envolve que o faz sair “vitorioso” no final. Todas as escolhas erradas que ele faz causam sim um arrependimento e um sentimento de justiça mal-feita no interior de Chris, mas devido a sorte que determina seus passos, ele sai impune e deixa toda sua culpa ser lavada. A cena escolhida na verdade são duas, que se encaixam e se repetem. A primeira é exatamente a primeira do filme. A bola de tênis que bate na rede, congela no ar e não nos mostra de que lado cai causou uma curiosidade imensa, e a pergunta “Essa cena é uma metáfora para o quê no filme?” Logo após, é apresentado pelo narrador a frase: “As pessoas temem ver como grande parte da vida depende de sorte. É assustador pensar que boa parte dela foge a nosso controle.” Apresentada a temática do filme esperamos exatos 108 minutos até o crime acontecer e a clássica tensão do “Ele vai ser pego?” começar a subir na espinha. É quando aí chegamos a segunda