Resenha margaeth mead sexo e temperamento
642 palavras
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MEAD, Margareth. Sexo e Temperamento: Este livro “Sexo e Temperamento”, da renomada antropóloga americana Margareth Mead, não é uma de suas mais famosas obras, mas é um dos mais importantes trabalhos sobre a relação entre a biologia e a sociedade já escritos.
Nele, Mead estuda três tribos: Os Arapesh que habitam as montanhas, os Mundugumor que habitam o rio, e os Tchambuli que habitam o lago. Todos são nativos de Nova Guiné, uma ilha localizada no Pacífico, que na época estava dividida entre a Grã-Bretanha e os Países-Baixos, e hoje está dividida entre o país independente da Papua-Nova Guiné (a parte ex-britânica) e a Indonésia (a parte ex-holandesa). O titulo do livro, ao invés do que muitos pensam, traz “sexo” apenas como ideia de gênero, e como a sua relação com o “temperamento” e a cultura de cada povo em questão, pode fazer essa noção mudar drasticamente. Seus estudos têm por base esses nativos, e deixam em foco as tensões trazidas pela fase da adolescência, tão evidente nos povos ocidentais, mas aparentemente inexistentes entre esses nativos. Mead observou que, diferentemente das sociedades ocidentais, os adultos dessas tribos não faziam nenhum tipo de pressão sobre os jovens, e permitiam que eles exercessem livremente sua sexualidade, trazendo com isso um impacto imenso em nossa sociedade, pois de uma forma ou outra, dizia que os jovens ocidentais também podiam exercer sua sexualidade como bem entendessem, e que isso não traria os problemas com que os adultos os “ameaçavam”.
Observando várias comparações que a autora faz em suas obras, podemos perceber que as tribos de Nova Guine não são como a sociedade ocidental, na qual os homens tem o papel agressivo, de chefe de família, com deveres mais importantes, enquanto a mulher é mais “dócil”, submissa as vontades do homem e responsável por cuidar do lar. Essa diferença que é atribuída ao temperamento e biologia de cada sexo não é observada em outros povos distantes do contato ocidental, como os