Resenha Mar Adentro

O filme Mar Adentro conta a história de Ramón Sampedro, um ex-marinheiro tetraplégico que depois de 26 anos resolve lutar na justiça pelo direito de morrer com dignidade. Um problema Bioético mostrado no filme é a recusa do tribunal de aceitar a decisão de Ramón (causando um desrespeito à autonomia e a dignidade do cidadão), que mostrou aos juízes que estava em sã consciência e alegou que viver é um direito, não uma obrigação. A igreja se mostra presente- em um Estado que diz ser laico- com a imagem de um padre, também tetraplégico, que tenta convencer a personagem principal de que a vida é muito mais que mover os braços ou correr, com o argumento: uma liberdade que elimina uma vida não é liberdade. O padre Francisco também acusa, indevidamente, os parentes de Ramón por não darem amor suficiente, e por este motivo desejar a eutanásia.

José não aceita a vontade do irmão de morrer, mas Ramón tenta justificar a sua escolha pondo em conta os gastos necessários para o seu tratamento de saúde e a sua incapacidade de inserção no meio do trabalho. Em contra partida, a advogada Júlia, que apresenta uma doença degenerativa, se envolve de tal forma com Sampedro que resolve se matar junto com ele, mas acaba desistindo e comunica-o por uma carta. Nas visitas de Rosa, ela quer mostrar a Ramón como a vida é bela e tem sentido, entrementes, acaba por ajudar o seu amado a encontrar a morte e a sua liberdade depois que entende a frase “se você me ama, deve-me ajudar a morrer”.

A eutanásia nada mais é do que “boa morte” - eu (bom) + thanatos (morte). Ou seja, é o ato de proporcionar morte sem sofrimento para um doente incurável. No Brasil a eutanásia é considerada um crime doloso (aquele que quer a ação e o resultado) contra a vida. O Código Penal Brasileiro não prevê a eutanásia e as suas formas, e quando essa acontece, cai nos artigos 121 e 122 do Código Penal.

A tomada de decisão de alguém na posição de Ramón Sampedro não cabe ao profissional da saúde, nem aos