Resenha maquiavel
Maquiavélico e maquiavelismo são adjetivos e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quando se fala a dia a dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações privadas em qualquer acepção, porém o maquiavelismo está associado á idéia de perfídia, a um procedimento astucioso, velhaço, traiçoeiro.Estas expressões pejorativas sobreviveram de certa forma incólumes no tempo e no espaço, apenas para se alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano.
A acusação que cai hoje sobre Maquiavel não difere substancialmente lhe impediu Shakespeare ao chamá-lo de ‘’The Murderous’’, de sua identificação com o diabo – ‘the old Nick’ na era vitoriana, ou mesmo da incriminação que os jesuítas faziam aos protestantes na época da reforma, considerando discípulos de Maquiavel, apresentado como o mestre da maldade como conselheiro que alerta os dominados contra a tirania, quem era este homem capaz de provocar tanto ódio, mas também tanto amor era assim a vida de Maquiavel.
Maquiavel nasceu em Florença em 3 de maio de 1469, numa Itália ‘’bonita’’ mas infeliz’’ a península era então constituída por uma serie de pequenos estados, com regimes políticos, desenvolvimento econômico e cultura. Tratava-se, a rigor, de um verdadeiro mosaico, sujeito a conflitos contínuos e alvo de constantes invasões por parte de estrangeiros. Até 1494, graças aos esforços de Lourenço, Magnífico a península experimentou certa tranqüilidade. Cinco grandes Estados dominavam o mapa político: ao sul, o reino de Nápoles, nas mãos dos Aragão; no centro, os Estados papais controlados pela Igreja e a republica de Florença, presidida pelos Médicis; ao norte, o ducado de Milão e a republica de Veneza. Nos últimos anos do século, entretanto, a desordem e a instabilidade eram incontroláveis. Ás dissensões internas entre regiões somaram-se as invasões das poderosas nações vizinhas, França e Espanha.