Resenha Manicomio
Resenha: “O movimento anti-manicomial no Brasil” O movimento antimanicomial é um dos movimentos sociais que procuram romper com perspectivas reducionistas e dicotomizadas. De acordo com Melucci, um movimento social é uma ação coletiva cuja orientação comporta solidariedade, manifesta um conflito e implica a ruptura dos limites de compatibilidade do sistema ao qual a ação se refere. Neste movimento, a reapropriação do sujeito está em jogo juntamente com a construção de sua identidade, tirando-o do meio de violência física, moral e psicológica das instituições. Também é visado retirar o estigma do louco na sociedade, onde não se é mais gente, somente louco (e isso justifica o tratamento desumanizado dos profissionais). A ruptura com este modelo não caracteriza somente o fim do hospital psiquiátrico, onde os loucos são isolados da família e da comunidade por não corresponderem aos padrões de normalidade, mas também traz discussões e reflexões acerca dos diagnósticos, que visam a segregação e a incapacidade desses indivíduos estarem no meio comum. “Significa ainda mirar a cidade como o lugar da inserção; a possibilidade de ocupação, produção e compartilhamento do território a partir de uma cidadania ativa e efetiva”. O movimento teve início juntamente com as primeiras manifestações da saúde, em 1976, com a abertura do regime militar. Onze anos depois, houve a Conferência de Saúde Mental e o II Congresso Nacional do MTSM, que registrou a presença de associações de usuários e familiares, como a “Loucos pela Vida” e a SOSINTRA. Com a presença de novas instituições, o movimento se tornou mais amplo, juntamente com novos atores interessados na luta pela transformação das políticas e práticas psiquiátricas. O lema do movimento passou de “por uma sociedade sem manicômios” para “por uma vida sem manicômios”, já que a sociedade também pode ser o manicômio. Em 1993, foi consolidado o Movimento da Luta Antimanicomial, e é elaborada uma carta