RESENHA MAL
TEORIA SOCIOLÓGICA II
RESENHA
Mal estar na civilização – Sigmund Freud
Por Danilo Fagno
Nessa obra de 1930, já se aproximando do fim de sua produção intelectual, Freud, já mais maduro em suas ideias, retoma a ideia de horda primitiva para desenvolver a tese de que há um mal-estar na civilização gerado pela cultura, no sentido de sociabilização. Alega que o antagonismo entre as pulsões e desejos do indivíduo e as interdições e tabus gerados pelo contrato social como meio de controle dessas pulsões levam o indivíduo a distúrbios de natureza psicológica, como já havia exposto o traçado paralelo com o comportamento do psiquismo neurótico em “Totem e Tabu”.
Aí, então, se travará uma titânica e eterna batalha entre o indivíduo e a sociedade, na forma de suas pulsões versus a segurança social, onde o indivíduo, cerceado, tolhida, mutilado de suas pulsões mais primitivas, de seus desejos mais prementes, leva a pior de maneira incontornável. A natureza do homem é anti-social e o convívio social é de tal martírio que o leva ao estado psíquico de vulnerabilidade.
É uma paga alta para a segurança adquirida da vida em comunidade. A civilização teria como tarefa ofertar esta segurança, mas como efeito colateral atingiria de forma massacrante os desejos humanos.
Para Freud o sofrimento humano se encerra em três pontos primordiais, que seja: o corpo, o mundo externo e os relacionamentos. De outra forma, da tentativa diplomática de interação do homem com o que lhe rodeia.
Outro ponto importante no texto é colocado sobre as alternativas que os indivíduos recorrem para a sublimação ou fuga das ansiedades e angustias provenientes da interdição das pulsões, os mecanismos de inibição desses sentimentos limitantes, que seja: o uso de drogas, o trabalho, o delírio, o amor. Uma verdadeira válvula de escape as pulsões negadas de satisfação.
A introjeção dessa agressividade contra o próprio ego, segundo Freud, seria a origem de vários