Resenha Livro Política Externa e Poder Militar no Brasil: universos paralelos
Janeiro, Editora FGV (2009). 160 p.
O Brasil tem se tornado um ator internacional cada vez mais relevante. Notadamente, a diplomacia brasileira é considerada um ativo de excelência, instituição fundamental para a projeção externa nacional.
Após a redemocratização, o país tornou-se um ator central no regionalismo sul-americano, com o advento do Mercado Comum do Sul e, mais recentemente com a União das Nações Sul-Americanas. Apesar do legado diplomático brasileiro como instrumento de sua inserção externa, os primeiros anos do século XXI chamam atenção para a necessidade de robustecer as capacidades de projeção internacional do país e reviver um debate a muito relegado: a segurança e defesa nacional.
Segundo Miyamoto (2001), apesar dos avanços alcançados, o tema segurança internacional e defesa é pouco estudado no contexto da produção de Ciência Política e Relações Internacionais no Brasil, embora esteja cada vez mais na pauta do dia. Aspectos concretos dão força a essa mudança. No que tange a América do Sul, a sub-região amazônica tem se tornado o principal epicentro de conflitos e instabilidade política regional(CEPIK, 2005). No cenário internacional, os limites da ordem unimultipolar (HUNTINGTON, 1999) trazem o prenúncio de uma possível multipolaridade em construção. Esses eventos são tratados pelo autor como tendências e turbulências no sistema. Não menos importante, no contexto nacional, o programa FX-2 da aeronáutica e a Estratégia Nacional de Defesa (END) lançada em 2008, tornaram público o debate sobre segurança e defesa, chamando atenção da academia para uma reflexão crucial: o papel do poder militar nas relações internacionais do Brasil.
Imerso nesse contexto, o diplomata Alsina Júnior