resenha livro Arma germes e aço
Recentemente o biólogo norte americano Jared Diamond se envolveu numa querela academicista sobre a veracidade de um de seus artigos. Discussões ainda não resolvidas, contudo não tiram a pertinência da obra gigantesca produzida pelo autor em 1997, ganhador do prêmio Pulitzer de 1998, e que agora está na sua 7ª. Edição aqui no Brasil.
Propondo questões objetivas sobre as sociedades modernas, Diamond lança ao leitor aquela pergunta que nos é reincidente: por que não dominamos o mundo? Ou melhor, por que outra sociedade, que não a minha, detém mais poder? Propondo-se a responder isso, o autor se volta para todos os continentes e coloca-nos em contato com aqueles grupos humanos que começaram a moldar a natureza para sua sobrevivência há 13.000 anos.
Procurando respostas, o autor acabou por produzir uma possível compreensão de como os seres humanos passaram a agir conscientemente no meio ambiente, transformando-o, eliminando-o e finalmente, moldando as espécies mais úteis para sua sobrevivência. Para chegar a isso Diamond utiliza dos campos científicos mais plurais passando pela biologia, sua área, mas não prescindindo da geografia, geologia, zoologia, arqueologia, história.
Por mais biólogo que seja, o autor chama a atenção para que uma leitura genética das diferenças encontradas nos grupos humanos não é única resposta possível. Quando repete a máxima de que o clima frio favoreceu aos habitantes da Europa do norte, enquanto o clima tropical quente e úmido não era estimulante, Jared mostra o quanto os povos do norte se beneficiaram dos conhecimentos desenvolvidos nas partes menos frias da Eurásia (Europa e parte da Ásia), incluindo a agricultura, a roda, a escrita e a metalurgia, e que apenas nos últimos mil anos é que conseguiram produzir autonomamente.
É assim que a obra analisa o desenvolvimento da agricultura, a seleção e criação de animais prestativos aos humanos, a relação entre os contatos com os animais e seres humanos e o resultado disso tudo na