Resenha Levantes Urbanos na França
Resenha do texto “Levantes Urbanos na França”
O texto de Angelina Peralva começa descrevendo uma cena ocorrida em Novembro de 2005, na França. Redes de televisão mundiais transmitiram uma revolta de jovens exclusos da sociedade, sejam eles desempregados e sem diplomas, ou imigrantes e vítimas de racismo e xenofobia. Nessa revolta, carros foram queimados nas periferias urbanas. A expressão usada para simplificar a revolta foi émeute, que não tem um significado em português, mas revela um movimento que pode ser irracional, ou seja, movido pela emoção. Entretanto, nem todos esses movimentos são feitos através da violência ou apoiam essa ideia. Essas manifestações ocorridas na França se encaixam nos “movimentos sociais”.
A émeute vem de um processo histórico europeu de protestos pré-democráticos, como uma tradição. Já foi vista como um comportamento arcaico, mas pode ser explicada pela ampliação do espaço político que dominou as democracias ocidentais. Também é profundamente ligada ao déficit da cidadania, e desaparece quando a cidadania e a capacidade de negociação política aparecem.
O declínio dos levantes urbanos foi paralelo aos progressos na organização dos trabalhadores, mas se refletiu também no comportamento que a elite tinha perante as massas. As massas eram classificadas como “perigosas” e depois, “laboriosas”. Entretanto, ganharam direito a manifestação pacífica nas ruas.
Durante alguns anos, entre 1848 até 1870, a França vivia um tempo conturbado, recheado de violência. A República agia limitadamente. A ordem realmente surgiu devido uma “comunidade de cidadãos”, neutros perante o Estado, se definindo como indivíduos iguais perante o Estado e a lei, apesar das desigualdades e diferenças sociais, econômicas e pessoais que viviam. No parâmetro industrial, as diferenças sociais (patrão e empregado) também serviram para estabelecer a ordem, para construir uma sociedade. Quando o conflito de classes foi legitimado,