Resenha lar trabalho e botequim
Unicamp, 367p.
Lupercio Augusto Martins de Moraes[1]
O livro de Sidney Chalhoub trata do final do sec. XIX e primeiras décadas do sec. XX, onde ele expõe á vida e o cotidiano dos trabalhadores. Chalhoub trabalha com processos jurídicos criminais para mostrar à micro historia destes trabalhadores focando a cidade do Rio de Janeiro, onde ele vai trabalhar sobre o lazer, conflitos sociais repressão estatal e o trabalho até então tido como degradante (herança do período de escravidão) onde as classes dominantes querem trabalhar uma nova ideia onde a vadiagem se torna degradante então são tratados os vagabundos, mendicantes e embriagados como criminosos. Tudo isso por que o Rio de Janeiro em processo de mudança necessitava de mão de obra para as indústrias e comércio. Em sua introdução Chalhoub cita o caso de Zé galego, Pascoal e Julia onde uma possível rixa entre os dois homens envolvendo Julia acaba na morte de Zé Galego, o autor busca entender o caso a partir dos processos judiciais devido aos diferentes pontos de vista dados pelos agentes sociais envolvidos o autor contextualiza dentro deste período de fim do sec. XIX e início do século seguinte junto aos acontecimentos na cidade do Rio de Janeiro, vale resaltar também que dentre esses acontecimentos havia o processo de imigração principalmente dos portugueses do sexo masculino e solteiros na faixa de 15 a 30 anos, e a nova relação burguês capitalista que substitui a antiga senhorial escravista. Em seu primeiro capitulo Chalhoub trabalha a já comentada ideia de que o trabalho dignifica o homem enquanto a vadiagem suja a sua imagem expressa pelas classes dominantes onde era considerado criminoso o vadio que não pudesse suprir suas necessidades ou seja os pobres, toda e qualquer classe pobre. Dentre tantos os conflitos por trabalho, pela nacionalidade e pela cor da pele, Chalhoub conclui seu primeiro capítulo falando