Resenha karen Armstrong

Resenha de parte da obra de Karen Armstrong, O Islã.
Os Argonautas do Islã (páginas 193 a 211).

Sobre a ascensão ocidental que permitiria chegar à hegemonia mundial, a autora afirma ter tratado-se de um processo sem precedentes. Através dos esforços muçulmanos em reestruturarem seus exércitos seguindo os moldes ocidentais, que não renderam o resultado esperado, a autora explica que apenas a transformação superficial de um campo daquela sociedade não seria suficiente. Ela afirma:

“Para vencer a Europa com as mesmas armas desta, uma sociedade teria que se transformar inteiramente, e recriar todas as suas estruturas sociais, econômicas, educacionais, religiosas, espirituais, políticas e intelectuais. E teria que fazê-lo muito rapidamente, o que era tarefa impossível, pois o ocidente tinha levado quase tr6es séculos para atingir esse estágio de desenvolvimento.”(página 194).

Neste aspecto, Karen Armstrong destaca alguns pontos fundamentais que diferenciavam a nova sociedade europeia e suas colônias. A base econ6omica que já não dependia do excedente agrícola e que tinha sua sustentação nas inovações tecnológicas e no capital trazia consigo a necessidade de transformações nos 6ambitos sociais, políticos e intelectuais. A autora ressalta que tais transformações não eram parte de um plano estruturado, mas resultado de um complexo e longo processo. A revolução científica do século XVI forneceu à Europa e à América uma confiança para investir com a expectativa do progresso que não era vista nas sociedades agrárias conservadoras, que por sua condição não poderiam sustentar essa mudança. Neste contexto, chega-se ã revolução industrial do século XIX, que mudou o direcionamento do olhar, que deixa de se inspirar no passado e na religião e volta-se para o futuro. Como já dito, esse processo de modernização acarreta mudanças nas estruturas sociais e de pensamento. O mote ideológico passa a ser a eficiência: para ser aceita, uma idéia deveria provar utilidade e