Resenha JMC

CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial. 7ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012. pp. 11-246.

Por; José Divino

A obra reúne num único volume, a tese de doutorado em Ciência Política de José Murilo de Carvalho, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lecionou na Universidade Federal de Minas Gerais e no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, foi professor visitante de várias universidades europeias e norte-americanas. Publicou, entre outros, os seguintes livros: O bestializados (1987), A formação das almas (1990), Pontos e bordados: escritos de história e política (1998) e Cidadania no Brasil: o longo caminho (2001). A primeira parte A construção da ordem: a elite política imperial aborda o papel das elites politicas na construção do estado brasileiro, nela, José Murilo de Carvalho analisa a formação da elite política e do Estado Imperial, bem como a manutenção da unidade territorial e a centralização do poder; na segunda parte Teatro de sombras: a política imperial, o autor procura aprofundar sua análise, tentando entender como se deu a articulação entre a monarquia, a burocracia e os grandes proprietários. É a primeira parte que será o objeto da resenha apresentada. Em A construção da ordem, ao analisar o surgimento das elites brasileiras, José Murilo de Carvalho demonstra que estas se comportam em dois ciclos, uma optando pela coerção enquanto outra pela persuasão. A distribuição dos dois resíduos principais – força e persuasão – está por sua vez vinculada a ciclos econômicos e intelectuais, embora não à maneira de causa-efeito (p. 25). Por outro lado, as elites europeias cresceram a partir de uma tensão entre a expansão do poder dos funcionários reais e de grupos sociais que reivindicavam representação política. Assim, o estado moderno cresceu junto com a elite a partir da implosão política. O Estado moderno europeu cresceu a partir