Resenha Inteligencia artificial
Artificial Intelligence. EUA, 2001. Dir. Steven Spielberg. Com Haley Joel Osment, Frances O'Connor, Jude Law
Quando a Cybertronics, decide criar robôs programados com a capacidade de amar quem os programou eternamente. Levanta-se a questão da moralidade. Uma discursão social onde há uma modalidade de laço no qual o outro passa a ser tomado como objeto próprio ao gozo. A questão, inicialmente destacada pelo cientista, era a capacidade de um Meca amar um orga, agora a situação se inverte: será um humano capaz de amar um Meca? Ainda que um robô, David foi, durante algum tempo, utilizado pelo outro - especialmente por Mônica - como objeto, na posição de filho.
Quando o cientista Robby (William Hurt) decide produzir um Meca capaz de amar e sonhar, e nesse sentido, ressalta a criação de um Meca-filho que possa vir a amar seus pais para "todo o sempre". Nesse sentido, vale lembrar que tal projeto encontra-se atravessado pelo desejo do cientista, perseguido pela morte do filho, de reencontrá-lo, ainda que seja no corpo de uma máquina. "sem vontade própria", o meca-filho coloca-se à mercê de seu dono como objeto de um gozo sem fim, pois seu corpo – máquina – não oferece nenhuma resistência aos desejos e fantasias daquele que o possui como proprietário. Gozo garantido por fatura.
O conceito de inteligência artificial é tido como a ciência e a engenharia aplicadas à elaboração de máquinas inteligentes, em especial, programas de computadores inteligentes; e, entre seus objetivos, está atingir o mesmo nível da inteligência humana. Na verdade, no horizonte ficcional dessa ciência, a meta máxima é a transformação desses seres em entes conscientes e com sentimentos.
"A maior parte dos robôs que iremos construir não terá vontade própria." Nessa afirmação, se, por um lado, está demarcada uma "íntima" relação entre os humanos e os robôs, por outro, tais "seres" caracterizam-se como objetos perfeitos para ocuparem o lugar de objeto de gozo do outro que o