Resenha Informar não é comunicar
O desafio do livro, segundo o próprio autor, é repensar a comunicação no momento do triunfo da informação e das tecnologias que a acompanham. Com a Internet em ascensão, acredita-se no descrédito da informação, por estar presente em todo tipo de conteúdo disponível. Disseminada sem uma “triagem” do que é de fato relevante e verdadeiro, a informação é abundante, e faz com que a comunicação de fato se torne rara. A ânsia pela publicação de informação e a agilidade possibilitada pela Internet faz com que muitas das fontes sejam desvalorizadas devido a má qualidade e o descontrole dos conteúdos publicados. Tem-se portanto a importância do jornalista, com uma excelente análise do autor: “ Não é o suporte que dá sentido à informação, nem o receptor, mas o jornalista.”
Dominique defende que velocidade e o volume não são sinônimos nem de qualidade nem de pluralidade. Afirma-nos que a lentidão é o tempo dos homens, a velocidade, o tempo das tecnologias. Afinal o problema não é o volume de informações, mas ter conhecimentos necessários para interpreta-los.
Em suma, a obra mostra que a comunicação é muito mais do que o simplesmente informar, a comunicação exige a convivência e também a negociação entre receptores e geradores de informação. “Num mundo onde todo mundo “comunica e circula, é imperativo respeitar as três grandes lógicas que estruturam as relações com o mundo: informação, o conhecimento e a ação”.