Resenha Ilhas das flores
O documentário “Ilha das Flores” expressa através de um divertido curta-metragem, a triste realidade de quem vive a margem de uma sociedade, a contradição em que se encontra a sociedade de consumo de um sistema capitalista no qual só visa o lucro. Embora constituída de seres racionais, munidos de telencéfalo altamente desenvolvido e polegares opositores tem como produto final a desigualdade.
É chocante quando nos deparamos com a população que em busca de comida, numa escala de prioridade se encontram depois dos porcos. Na sua grande maioria constituída por mulheres e crianças que tem apenas 5 minutos para garantir a sua alimentação daquilo que não serve nem para a alimentação dos porcos.
Fica evidente neste documentário a crítica de como é possível e o quão é irônico o fato de seres humanos constituídos de telencéfalo altamente desenvolvido e polegares opositores, “o que deveria ser uma vantagem na escala da evolução”, ainda viver neste total descaso, sendo ignorada pela sociedade e pelo poder público. Seria pelo fato do que é mencionado no documentário, destas pessoas não possuírem dinheiro nem dono? Ao contrário dos porcos.
Este documentário nos remete a reflexão de que tamanha é a degradação humana, fruto de uma política econômica e social mal administrada e pela péssima distribuição de renda, frustrando assim qualquer tipo de sonho de liberdade, definido pelo curta como: “Livre é o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.