Resenha - IFRAH, Georges. Os Números, a história de uma grande invenção
O texto trata de discutir a questão “De onde vêm os números?” Logo no início do texto, o autor apresenta exemplos com a finalidade de desconstruir a ideia de que trabalhar com algarismo nos é tão natural que se torna um conhecimento nato, assim como falar e andar. Ele mostra, por exemplo, que o desenvolvimento de uma faculdade para contar demorou muitos anos para acontecer, e que durante muito tempo somente aquelas pessoas que podiam estudar é que sabiam contar. Ifrah ainda comenta que há quem defenda que o ato de contar surge para atender uma necessidade da vida em sociedade, de organização, assim como há quem afirma que esta faculdade é desenvolvida com a necessidade/vontade de “inventariar o céu”, de marcar os dias, meses, anos.
O autor viaja pela pré-história na tentativa de buscar essa resposta e nos traz uma perspectiva bastante interessante: ao contar a história de nações africanas ele abre um leque de possibilidades que nos permite, inclusive, “perder” a visão de que o eixo do conhecimento na Europa. Na verdade ele conta novas histórias que não são contadas na escola. E, além disso, essas histórias perpassam pela essência da humanidade, como por exemplo, que o homem tem uma “sensação” de número, ele se representa pelo número 1, representa o outro (a dualidade ou oposição) pelo número 2, e os outros, a pluralidade pelo número 3. Segundo o autor, “risquinhos” que representavam quantidade foram a primeira forma que os homens primitivos usavam para contar. E que a partir dessa ação, foi se tornando possível a forma de contar como conhecemos hoje. Isso porque o homem não é capaz de identificar grandes quantidades de “risquinhos”, o que gerou a necessidade de outro método, e também, ainda que inconsciente, o método da decomposição.
Esse outro método, a correspondência “um para um” era usada com a ideia de concreto, com séries ou coleções, por exemplo: dez coleções de carneiros é