Resenha histórica WILDE, Oscar. O Retrato de Dórian Gray

Resenha do livro WILDE, Oscar. O retrato de Dórian Gray . São Paulo: Abril Cultural, 1981.

Em “ O Retrato de Dórian Gray”, Oscar Wilde procura abordar a temática da estética como espelho da alma, alma esta que pode ser a de um jovem rapaz ou da sua própria época. Tenta, assim demonstrar que uma pessoa bonita terá uma boa alma por natureza e que através de gestos bondosos conseguirá também preservar físico e espírito os mais lindos o possível. Sua ótica aqui não é a de um conto-de-fadas como pode parecer em um primeiro momento, mas sim de um excelente “realista”. Para ele as nossas atitudes boas ou más, tanto as que não passam, mas principalmente as que passam imunes pelo crivo de nossa consciência, deixando sua marca em nossas índoles, bem como dependendo da gravidade ou da freqüência com que as praticamos, elas também podem mudar nossas feições e nossos corpos, marcando-nos com os sinais do hábito, por exemplo. Essa relação entre o belo e o bom, ou melhor, entre o feio e o mal é percorrida todo o tempo por uma certa ironia fina , com a qual o autor parece colocar na boca dos personagens frases sutilmente contrárias a uma série de afrimações que o mesmo faz antes de começar a contar a história de Dórian Gray. O realismo com que trata o tema é cru e muitas vezes relacionável a experiências vividas realmente pelo autor. O retrato que Wilde faz de sua própria época já se apresenta ao leitos maldoso e decrépito, uma espécie híbrida de crítica, frustração e elogio as potencialidades não aproveitadas e ao tipo de futilidades das pessoas de seu tempo. O drama da história começa quando o jovem Dórian Gray vai à casa de seu amigo Basil Hallward terminar de posar para um retrato seu. Porém, antes de fazê-lo ele conhece Lord Henry, um amigo de Basil, que chama a sua atenção para o fato de que um dia ele envelhecerá e que nesse dia ao se dar conta disso, perceberá o quanto lamenta ter perdido todos os benefícios que a beleza e a