RESENHA: História & Religião (Sérgio Da Mata)
RESENHA
(Da introdução ao quarto capítulo e conclusão)
Logo na introdução do livro, Da Mata propõe um pensar do ponto de vista historiográfico para a construção da ‘história das religiões’. O autor começa afirmando a importância que a religião ainda tem no mundo contemporâneo, preocupando-se em afirmar que o objetivo de seu livro não é o de trazer respostas prontas e sim de argumentar e formular ainda mais perguntas. A reflexão proposta por Sérgio da Mata aproxima-se de um debate sobre o “eclipse da secularização”, devido à necessidade de reavaliar a tese como um tipo de “racionalização”; neste debate, o “despertar religioso” durante os anos 80 teria colocado em questão algumas certezas que até então se tratava (no campo da sociologia) de um esvaziamento do religioso no mundo moderno.
Ao fazer a crítica do chamado desencantamento do mundo, e, ao mesmo tempo, ao chamar a atenção para as interações entre religião e conflitos no mundo contemporâneo e também entre o carisma religioso e as grandes mídias, o autor observa que muitas explicações são tecidas de forma vaga quando se trata dos fenômenos religiosos; por isso ele defende a construção de uma história das religiões para a formulação de conceitos que se afastem de juízos de valor ou de fé, ou seja, uma história fundamentada em conceitos válidos tanto para crentes quanto para descrentes, pois “uma historiografia reflexiva e crítica do religioso não pode ter a pretensão de dizer às pessoas em quê e seque “se” elas devem acreditar”.
De acordo com Da Mata, a história das religiões deveria estar desvinculada da história eclesiástica e da teologia, na medida em que se define por um caráter autônomo como disciplina, da sua diversa compreensão em relação ao objeto de estudo e a sua visão agnóstica na abordagem dos problemas levantados. Ele também esclarece que existe na nova disciplina uma imensa variedade dos fenômenos que o