Resenha: Hannah Arendt
2014
O filme Hanna Arendt (2012), dirigido por Margarethe von Trott e estrelado por Barbara Sukowa, acompanha a vida de uma das maiores filósofas do século XX, se não a maior, que dá nome à obra, durante sua cobertura ao julgamento do ex-oficial nazista Adolf Eichmann, capturado pelo exército israelense enquanto se escondia na Argentina, e suas consequências.
Antes de abordarmos a película, faz-se necessário uma pequena introdução à figura de Hanna Arendt. Ela foi uma grande pensadora autora de obras universais, como “Origens do Totalitarismo”, “O Que é política?” e cunhadora do termo “banalidade do mal”. Judia nascida na Alemanha e radicada nos Estados Unidos, lecionou por vários anos, foi feita prisioneira na
França e migrou para os Estados Unidos, onde viveu até o fim de sua vida.
A história começa com a abdução de Eichmann pelos israelenses e sendo levado para julgamento em Israel. A partir daí seu caso ganha notoriedade mundial e se transforma em um grande espetáculo. Arendt, ao tomar conhecimento dessa situação se oferece a revista New Yorker para fazer a cobertura in loco do julgamento e escrever um artigo a respeito.
No pano de fundo, há um enfoque interessante em suas relações pessoais (amigos, família e colegas de trabalho) e suas diversas opiniões a respeito do caso e seu envolvimento na cobertura. Seu marido XXX, se opõe ao trabalho, que para ele, poderia avivar em Hannah sentimentos dolorosos do passado. A despeito disso, ela vai ao julgamento.
Após essa decisão a história se torna única. Ela esperava encontrar o julgamento de um facínora, aliado de um dos mais cruéis regimes experimentados pela humanidade, que buscasse durante o julgamento ou reafirmar suas distorcidas convicções ou tentar de qualquer forma negar seu envolvimento. O que viu foi totalmente diferente.
O julgamento em si, apresentou certas falhas estruturais que hoje nos são básicas. Além do réu ter sido sequestrado em solo