Resenha- gerir uma escola reflexiva
Frustrados pela ineficácia do conceito de professores tecnocratas, os educadores fascinaram-se com a ideia de professor como prático reflexivo. Mas se a vida dos professores tem o seu contexto próprio, a escola tem de ser organizada de modo a criar condições de reflexividade individuais e coletivas.
• Uma nota autobiográfica, enquadradora do tema
Há muito tempo me interesso pelas questões da formação de professores. Tenho tentado compreender o que é ser professor e como se pode e deve formar aquele profissional que é professor. Queria perceber os fenômenos relacionais que se estabelecem entre professor e os alunos, as formas de acesso ao saber que se abrem aos estudantes, as dificuldades sentidas nesse acesso, o modo de lidar com a diversidade dos alunos no mesmo espaço didático. Queria identificar os contextos e a aprendizagem dos meus alunos e de mim própria como professora.
A autora assume em suas obras a teoria da aprendizagem experiencial elaborada por David Kolb (1984). Segundo Kolb, a aprendizagem implica um processo de compreensão da realidade que nos leva a passar do nível concreto da experiência ao nível abstrato da conceitualização a que se associa um processo de interiorização-exteriorização que, da reflexão, nos leva a ação. O ciclo de aprendizagem constituir-se-à, então, em 4 momentos fundamentais: experiência, observação reflexiva, conceitualização e generalização e, finalmente, experimentação na ação.
No estudo dos modelos de formação de professores Alarcão deparou-se fundamentalmente com duas perspectivas. A perspectiva comportamentalista, representada no movimento do desenvolvimento de competências pedagógicas previamente definidas a partir da análise do ato de ensinar e do conceito de bom professor e treinadas em sessões de simulação, co-existia com a perspectiva humanista, de sinal contrário. Segundo os humanistas, a formação de professores era um processo pessoal de “se tornar professor” e baseava-se no conhecimento do