O texto “Problemas Éticos do Determinismo Genético” foi publicado pelo autor Victor B. Penchaszadeh para o VI Congresso Internacional de Bioética em 2002. O trabalho apresenta algumas concepções de determinismo e reducionismo genético e suas posteriores consequencias. Em seguida, fala sobre o processo de mudança a respeito do pensamento a respeito dos determinantes do comportamente. Por fim, faz uma crítica sobre a, às vezes ainda presente, soberania genética. A ideologia do determinismo genético foi muito presente no século XIX e início do XX pela classe dominante na época. O reducionismo genético afirma que muitas características apresentadas pelo ser humano, como comportamento, saúde e inteligência, são explicadas quase em sua totalidade por fatores genéticos. Já o determinismo genético traz a idéia de que os traços manifestados pelos genes são fixos, não sofrendo nenhuma influencia do ambiente. Nessa época, esse pensamento serviu de base para muitos comportamentos preconceituosos e opressivos, como racismo, descriminação social, entre outros. Posteriormente, foi justificativa para processos como a “higienização racial” durante a Segunda Guerra. Após esse período, perdeu a popularidade diante de tais atos, proporcionando o surgimento de debates a respeito das influências do ambiente. A partir da década de 60, a bioética começa a surgir ao instituir o direito às pessoas de escolherem suas ações após receberem informações sobre a sua saúde, através do aconselhamento genético. Surge ainda o Projeto Genoma Humano que possibilitou a descoberta de novos dados a respeito de genes, dando um espaço maior para a interação humana com o ambiente, mesmo ainda priorizando o determinismo genético. Consequências desse pensamento podem ser vistas em situações como gerador de uma falsa sensação de segurança para aqueles cujo teste de susceptabilidade genética deu negativo. Esses testes podem gerar ainda uma estigmatização dos indivíduos, reduzindo-os a sua carga