RESENHA – FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
RESENHA
Ao se na analisar as causas do subdesenvolvimento e da pobreza no Terceiro Mundo, uma atenção especial deve ser concedida ao papel desempenhado pelo planejamento. Segundo Milton Santos (1979, p.5), é perfeitamente possível afirmar que o planejamento tem sido um “instrumento indispensável à manutenção e ao agravamento do atraso dos países pobres, assim como ao agravamento ou à exacerbação de disparidades sociais”. A formulação inicial de um conceito de planejamento começou a partir da crise mundial de 1929, onde a lógica do laissez-faire foi quebrada pelo sistema de planejamento formal e pragmático, envolvendo o governo no processo econômico e encarando os gastos governamentais como um novo fator dinâmico, de acordo com Aguilar (1970, p.230) apud Santos (1979, p.6).
A ciência econômica em si perdeu, de certa forma, o seu status científico e ganhou um embasamento mais ideológico, usando seu discurso como método de persuasão ao mostrar as prováveis vantagens do que se passou a chamar “desenvolvimento”. “O subdesenvolvimento foi, então, discutido, condenado, definido em um milhar de modos diferentes, tudo em tempo recorde... e os homens do mundo mais pobre esqueceram por algum tempo que pertenciam a um mundo explorado, convencidos que estavam realmente num mundo subdesenvolvido.” (SANTOS, 1979, p. 7). A idéia dominante era a de que os países pobres deveriam imitar e seguir o modelo dos ricos até um ponto onde os países mais atrasados atingiriam o caminho dos mais adiantados e até os superariam, segundo Friedmann (1973, p.22) apud Santos (1979, p.7).
Essa corrente tomou força após a