Resenha Flores Raras
Flores Raras é um filme brasileiro dirigido por Bruno Barreto e lançado no circuito nacional em 16 de agosto de 2013. A película viajou por vários festivais internacionais, ganhando o prêmio de público no Festival de Berlim. Baseado na história real contada por Carmen Lucia de Oliveira no livro Flores Raras e Banalíssimas, as atrizes Glória Pires e Miranda Otto protagonizam o drama do amor entre a arquiteta brasileira, Lota de Macedo Soares, e a poetisa norte-americana, Elizabeth Bishop, no Rio de Janeiro dos anos 50 e 60.
Elizabeth é uma mulher deprimida e insegura que decide experimentar a “cura geográfica”. Ela se aventura em uma viagem ao Brasil, rumo à casa de sua amiga, Mary Morse (Trady Middendorf). Ao chegar no país, se depara com a companheira dela, Lota, uma mulher muito segura e áspera. No entanto, após desentendimentos devido às diferentes personalidades de cada uma, as duas iniciam um romance arrebatador, o que gera grandes consequências para o triângulo feminino.
Com uma bela fotografia e um figurino espetacular, o drama é embalado pela Bossa Nova e inteiramente construído sobre dualidades, tais como as diferentes nacionalidades e idiomas, a liberdade no recanto em Petrópolis e a discrição fora dele, além das escolhas que as personagens têm que tomar. Elizabeth se divide entre magoar sua amiga e viver o amor com Lota, já Mary se pergunta se deve ser submeter à humilhação de dividir sua mulher com Elizabeth em troca de uma filha, algo que ela anseia. Lota se sente dividida entre a segurança com Mary e a paixão repentina pela recém-chegada.
A homossexualidade não se coloca como fator principal do filme, cedendo espaço à delicada afetividade vivida pelas personagens. As visões de mundo das protagonistas se chocam em diversos momentos, inclusive na recepção ao golpe militar de 1964, quando Lota demonstra um ponto de vista típico da elite brasileira na época, enquanto Elizabeth acredita que a democracia é o