Resenha filme
Ishaan Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de repetir de novo.
As letras dançam em sua frente, como diz, e não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rudez e falta de sensibilidade.
Após serem chamados na escola para falar com a diretora, o pai do garoto decide levá-lo a um internato, sem que a mãe possa dar opinião alguma.
Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser uma criança. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida… e a filosofia do internato é a de disciplinar cavalos selvagens. Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em cena e logo percebe que algo de errado estava pairando sobre Ishaan.
Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e vontade de viver.
O filme é uma obra prima do até então ator e produtor Aamir Khan.
É preciso que o espectador esteja atento desde o início do filme, pois a temática já é apresentada nas cenas que precedem a ficha técnica. Ishaan, um garotinho feliz e saudável, de 8 anos de idade, vai sendo oprimido e desrespeitado em sua forma de ser e ver o mundo. Em oposição ao ritmo frenético do universo adulto, em que todos se submetem à ideologia da produção, Ishaan demora-se contemplando as cores e movimentos das ruas, encomprida o sonho na cama, nesse estado fértil entre o sono e a vigília, um sorriso no rosto que pede para ser compartilhado; mas não há tempo para isso.
Na escola, essa opressão ganha cores mais intensas nas humilhações que sofre por parte de professores e colegas. Ele é o aluno problemático, preguiçoso, disperso, que prefere brincar a