Resenha - Filme - Na barriga de um arquiteto
Peter Greenaway é um cineasta inglês, nascido em 1942 e ainda vivo. O diretor se diferencia pelo seu grande interesse pelas artes e em seus filmes motivos relacionados a esta frente são sempre presentes, também possui grandes influencias da nouvelle vague, sendo diretamente influenciado pela estética de Godard. Em “A Barriga do Arquiteto” estes traços são facilmente observáveis, o diretor constrói uma trama poética que envolve constantemente o aparecimento inúmeros elementos significativos que se encorporam a principal ideia do filme. Trata-se de uma história extremamente contemporânea que desenvolve, em especial, a ideia de crise. Primeiramente, podemos citar a crise da artes, e a crise da arte italiana que apesar de ser possuidora de um passado extremamente fértil, hoje pouco produz se comparado a outros tempos. Roma se traduz como um museu aberto, onde passado e presente convivem no cotidiano da cidade. A presença da história, dos grandes feitos, dos tempos áureos italianos se contrasta com a realidade que o país vive hoje. Em profunda crise econômica e social a população italiana sobrevive de sua história e a preserva ao longo dos anos, através da conservação da arquitetura de suas cidades. Preserva-se a fachada enquanto apodrece o interior, trata-se da condição que a politica italiana assumiu para vender seu país. Logo após, podemos citar a crise do homem que chega a sua velhice e observa, como um voyeur, todo seu passado e seus grandes feitos. A escolha da profissão do personagem como arquiteto se refere principalmente ao seu poder de criação. O arquiteto constrói o mundo, e em determinada situação se vê impotente para executar sua tarefa. Ele procura explicar tudo cientificamente, entender oque esta acontecendo, simular hipóteses, estudar o caso. Na situação a doença é inexplicável e irreparável. Passaria também o mundo por uma doença terminal, já que a escolha da cidade de Roma é simbólica e se faz em