Resenha filme "Malevola"
Por mais que se flerte com o obscuro, com o gótico, “Malévola” é um filme da Disney. Angelina Jolie, uma espécie de ex-bad girl de Hollywood, é a personagem-título, e, certamente, o que há de melhor no longa. Suas caras e bocas, berros e explosões, no entanto, fazem parecer que ela se divertiu mais do que quem agora assiste ao filme.
Dirigido por Robert Stromberg, especialista em efeitos visuais (“As Aventuras de Pi”, “O Labirinto do Fauno), o filme tem direção de arte, figurino e cenários repletos de detalhes (talvez até demais), que não disfarçam a frouxidão do roteiro, assinado por Linda Woolverton (“Alice no País das Maravilhas”).
Quando era uma fada-criança, Malévola era delicada e gentil – por isso é estranho ter tal nome, enfim. Porém, ao se apaixonar por um humano, sua vida muda. O reino dos humanos vive em guerra com aquele dos seres fantásticos (uma espécie de versão fofa da Terra Média).
A fada, porém, acaba traída por seu amado, que sobe ao trono, casa-se e tem uma filha – a quem a protagonista, agora completamente transformada, usa em sua vingança. Como se sabe: lança um feitiço no qual, ao completar 16 anos, a menina irá se ferir numa roca e dormir para sempre, até que um beijo de amor verdadeiro a desperte.
A graça toda em “Malévola” estaria em subverter, em criar um outro ponto de vista a partir de uma história muito conhecida. A roteirista, o diretor e a Disney, no entanto, não arriscam muito. Apenas capricham no visual e contam com a graça de Elle Fanning, como a bela que cai adormecida, e o talento de três atrizes inglesas que interpretam as fadas que cuidam da menina - Imelda Staunton, Lesley Manville e Juno Temple.