Resenha filme hide and seek
No início do filme, vemos uma família aparentemente feliz, com a mãe colocando a filha (a fantástica Dakota Fanning!) para dormir, depois de brincar com ela de amigo oculto (o nosso esconde-esconde). Logo depois, temos uma cena em que essa mesma mãe se suicida na banheira. Mas a impressão que a criança teve, ao ver o pai com a mãe morta na banheira, foi outra: o pai havia assassinado a mãe dela. Após esse momento traumático para ambos, tudo é modificado, inclusive o comportamento deles.
O pai decide levar a filha para uma cidade do interior, mesmo a psicóloga dela dizendo-lhe que talvez não fosse uma boa idéia, por se tratar de um momento difícil, traumático para a criança. Mas creio que o pai fez isso para proteger a criança, por se sentir culpado pelo que aconteceu. Na verdade, era uma superproteção por parte do pai.
Há uma cena perturbadora, logo quando eles chegam na nova casa: a menina vai até uma caverna, e fica assustada, deixando a boneca cair no chão. Ali teria sido o primeiro encontro com o "amigo oculto", Charlie, que foi uma nova persona criada pelo pai, com uma atitude totalmente diversa da dele. No princípio, Charlie era legal, segundo a menina, parecido com a mãe dela. De início, era uma brincadeira, um jogo. A partir daí, o filme fica confuso, morno.
O pai da menina era psicólogo, portanto, não podia diagnosticá-la. Mas em alguns momentos, vemos o mesmo fazendo isso, anotando suas impressões num caderno.
Os flashes (cenas) mostram como o comportamento daquele pai foi sendo modificado. Uma persona potencial e profundamente perturbadora. Era como se a lente do diretor estivesse entrando no inconsciente do personagem principal. Aprendemos, ao estudar Psicologia, ou ver filmes desse tipo, que para compreender o funcionamento do inconsciente, temos de analisar e entender nossos próprios sonhos, nossos próprios atos falhos e razões porque cometemos nossos lapsos e enganos. Freud disse