resenha filme fanny games
A história do filme “violência gratuita” mostra inicialmente as férias de uma família de classe média alta, formada pela mãe Anna, o pai Georg e o filho pequeno, que vão passar alguns dias em uma casa de campo no interior à beira de um lago. Fred e Eva, os vizinhos, já chegaram e o ambiente é tranquilo. Enquanto Georg e o filho se ocupam com o barco, Anna é surpreendida pela chegada de Peter, um rapaz que aparentemente está hospedado na casa dos vizinhos. Peter precisa de ovos para preparar o café da manhã. Logo em seguida, Paul, amigo de Peter, entra em cena. A partir daí começa um jogo de perversão e violência que parece não ter fim, eles subjugam a família, submetendo-a a torturas, espancamentos, obscenidades e humilhações. O filme violência gratuita talvez cause relativa decepção ao espectador devido ao terror psicológico que perfaz a história, o mesmo terror que prende a atenção daqueles que assistem. Não é um filme previsível ou com final supostamente desejável, os vilões (a figura do mal), não são vencidos. Mas será que isso não demonstra um pouco de nossa realidade? Afinal, na prática nem sempre o bem vence o mal. São diversos os casos de impunidade e violência velada que ocorrem em nossa sociedade, não só violência física, mas também uma violência social. Não há nenhum motivo aparente para a ação dos rapazes a não ser a simples crueldade humana. O filme coloca em voga a banalização da violência. Promove uma ideia de que o espectador é também cúmplice dessa violência banal, ou seja, a mesma violência que eleva índices de audiência na TV e garante bilheterias milionárias nos cinemas. O filme leva a uma reflexão até que ponto nós que assistimos a esse tipo de entretenimento estamos colaborando para sua “normalização” e continuidade permissiva da violência, ainda que na ficção. Como se sabe o processo de socialização possibilita aos membros de uma sociedade aprender o modo de vida