RESENHA FILME ATO DE CORAGEM
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O filme Um Ato de Coragem nos faz refletir exatamente sobre essas questões, onde um pai desesperado para encontrar uma solução financeira que salve a vida de seu filho Mike, que precisa urgentemente de um transplante de coração que não cabia no seu orçamento. Após passar por inúmeras situações de desespero e embora sua apólice indique que ele tem cobertura total sobre o plano de saúde, o seguro recusa-se a pagar, e conseguir 30% do valor total da cirurgia, para que seu filho seja colocado em uma lista de espera de transplantes, se torna uma tarefa incansável. Após alguns dias, o médico responsável pelo caso avisa que não poderá mais manter o menino internado no hospital, e sua esposa exige que ele tome alguma atitude. Num ato desesperado e irado o pai por sua vez toma de refém a ala emergencial do hospital, exigindo que o filho tenha o nome incluído na lista. Certamente a visão de ética do personagem foi turvada e sofreu modificações devidas á todas as frustrações e injustiças que sofreu, levando-o a chegar “as vias de fato” , recorrendo á um ato de violência física e violação dos direitos como a liberdade de terceiros.
Ao seu filho foi negado um direito primordial, o direito á saúde e tratamentos que possibilitem a mesma, portanto, ele achou necessário “negar” á outras pessoas seu direito á liberdade para que o de seu filho fosse garantido. A pergunta que nos fazemos é: Ele agiu de forma ética? Embora a moral seja construída e internalizada de forma histórica e coletiva ela também é uma forma de comportamento relacionada com a consciência individual, talvez ao conceito desse pai, naquele momento, naquela situação, e considerando as circunstâncias, ele agiu da forma que ele acreditou ser certa, mesmo sabendo que sua ação traria conseqüências.
Outro fato questionável é o comportamento do médico. Ele negou-se a realizar a cirurgia que seria urgente e decidiria pela vida de uma pessoa, pelo fato deste não ter condições de pagá-la e age de forma fria.