resenha "entre os muros da escola"
Marin, assim como muitos outros membros do corpo docente da escola em questão, questionam o comportamento dos alunos, suas atitudes e posicionamentos, adotando um discurso completamente etnocêntrico. O etnocentrismo não deixa de ser um mal-entendido sociológico, aonde as diferenças entre dois grupos são visivelmente percebidas, e a compreensão é inexistente. Everardo Rocha, autor do livro O que é Etnocentrismo, define o discurso etnocêntrico como um monologo, aonde as diferenças constatadas ferem a identidade cultural de determinado grupo:
“O monologo etnocêntrico pode, pois, seguir um caminho lógico mais ou menos assim: Como aquele mundo de doidos pode funcionar? Espanto! Como é que eles fazem? Curiosidade perplexa? Eles só podem estar errados ou tudo o que eu sei esta errado! (...).”
O autor supramencionado também cita em sua obra que o etnocentrismo é propriedade, principalmente, de uma sociedade de caráter ativista e colonizador. Marin, com seu monologo etnocêntrico, desempenha nada mais do que o papel de um colonizador, “impondo” o idioma francês sobre seus alunos de diferentes etnias, sendo muitas delas ex-colônias francesas, como o Marrocos e a Argélia. Em determinada passagem, o professor trava uma discussão com os alunos devida ao uso de determinado verbo, considerado antiquado pelos adolescentes. Em outro momento, duas alunas sugerem mudar o nome de um personagem fictício,