Resenha - Entendimento Humano
Várias ideias são, por Locke, discutidas ao decorrer de seus livros, daremos destaque inicialmente aos pensamentos trabalhados em seus primeiros livros e, tendo como ponto inicial, o Capítulo XVII. Neste capítulo Locke introduz suas ideias mostrando o que a mente atribui à ideia de infinidade e como essa é formada. Assinala, então, que o finito e o infinito são modos de quantidade de ideias como espaço, duração e número. Para aqueles que agora citariam Deus, ele diz que seus aspectos infinitos são remetidos à sua continuidade ou onipresença, ou ainda às suas qualidades morais, pois podemos multiplicá-las o quanto quisermos, embora não possuamos nenhuma ideia dessa infinidade; dessa forma, diferenciando as ideias e os meios de concebê-las da própria coisa, afirmando que passará a tratar das ideias e meios de conceber a infinidade.
Infinito e finito, como modos de quantidade, são citados aqui como modificações da extensão e duração. Diz como se dá a apreensão do finito: através da apreensão sensível de comprimentos limitados, a saber: as porções de extensão e as convenções sobre os períodos de sucessão. Pergunta-se como se dá apreensão das ideias ilimitadas de eternidade e imensidade, já que não nos relacionamos com objetos dessa grandeza. Alguém que tenha a ideia de algum comprimento fixo pode somar ela a ela mesma, nunca encontrando motivos para terminar a soma; e estando em qualquer ponto dela, estaria tão distante do fim quanto quando começou. Esse é o poder para aumentar uma ideia, que se utilizado na ideia de espaço, apreenderíamos a ideia de espaço infinito.
Posiciona-se contra Descartes ao afirmar que nossas ideias não são provas da existência das coisas e, então, frisa que falará do modo como a mente apreende o espaço infinito, a saber, ilimitado. Embora estejamos sempre ao redor de espaços fechados de certa forma, não conseguimos compreender que possa não haver nada depois