Resenha Edgar Morin - Os sete saberes capítulos 1, 2, 3 e 7
2 AS CEGUEIRAS DO CONHECIMENTO: O ERRO E A ILUSÃO
Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão, que são inerentes ao pensamento humano. Marx e Engels, sem deixar de fazer parte do que expõem, enunciaram que os homens sempre realizam concepções errôneas de si mesmos, cultural ou biologicamente.
2.1 O Calcanhar-de-aquiles do Conhecimento
A educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja ameaçado pelo erro e pela ilusão, visto que este não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são construções mentais do que é captado pelos sentidos, e o conhecimento é uma tradução, por via de linguagem e pensamento, das experiências sensitivas, estando, logicamente, fadada ao erro. Ao erro de percepção é adicionado o erro intelectual através da interpretação dos fatos.
Acreditava-se na possibilidade de eliminação do erro pela eliminação da afetividade, ou seja, do sentimento, das atividades interpretativas, porém tal construção é impossível pela ligação intrínseca entre o desenvolvimento da inteligência e a afetividade. É certo que a afetividade é fato humano, que inclusive serve de parâmetro contra a irracionalidade.
O desenvolvimento do conhecimento científico é considerado o meio de detecção de erros e ilusões, porém os paradigmas científicos podem desenvolver pensamentos ilusórios, assim como toda teoria científica é suscetível de erro.
2.1.1 Os erros mentais
Assim como nenhum dispositivo cerebral é apto para distinguir o real do imaginário, a alucinação da percepção, o sonho da vigília ou o subjetivo do objetivo, no que cerne à percepção do mundo exterior, a memória está fadada à degradação, para causar embelezamento ou deterioração das lembranças de maneira seletiva. De tal modo, é exemplificada a suscetibilidade natural da mente humana.
2.1.2 Os erros intelectuais
Os sistemas de ideias, tais como teorias e doutrinas, são