Resenha: dois séculos de teoria do planejamento: uma visão geral
No texto em análise o autor vem apontar que, embora Jeremy Bentham tenha sido o precursor da nascente metodologia do planejamento, o francês Saint-Simon deveria ser considerado o pai do planejamento científico. Suas teorias foram adotadas pela emergente burguesia industrial, que puderam utilizar-se dessa filosofia em que o planejamento científico liberava a sociedade de seu passado feudal.
Embora fosse uma fantasia, que logo se conduziu a uma visão mais sóbria das coisas, nas décadas de 50 e 60 acreditava-se que o planejamento (científico) levaria a uma prosperidade universal, tal qual ocorreu no século anterior.
Ocorre que, embora as correntes de pensamento conservadoras (Benthan, Saint-Simon, Comte) e radicais (Proudhon, Marx, Engels) sobre o planejamento se estabeleceram cedo. A realização efetiva de planejamento científico como técnica para guiar o progresso social levaria mais um século.
Ainda que formas de planejamento possam ser encontradas a partir da metade do século XIX, elas ainda não incorporavam uma prática científica, o qual seria objeto de interesse do autor. A ideia precursora de planejamento não seguiu uma linha reta, uma vez que tarefas diferentes pediam soluções diferentes, as quais eram dadas por novas disciplinas, à medida que se faziam necessárias. Desta forma, surge uma grande variedade de correntes de planejamento, cada qual com seu enforque.
O autor ilustra as correntes intelectuais sobre planejamento através de um gráfico, no qual abrange um período de aproximadamente 200 anos. O autor chama a atenção para a possibilidade de dividi-lo em três partes, agrupando as linhas de pensamento de acordo com os valores sociais a que se dedicam. Uma primeira ideologia expressa as preocupações predominantemente técnicas, demonstrando uma posição cuidadosamente elaborada de neutralidade política. Em uma perspectiva oposta, estão autores que buscam a transformação ou transcendência