RESENHA DO TEXTO: “FUNDAMENTOS CONTINGENTES
Quando se propõe a refletir sobre o surgimento da Psicologia, encontra-se que é quase um consenso entre os historiadores desta disciplina, o estabelecimento do século XIX como marco institucional do surgimento desta ciência, mas muitas experiências, práticas e saberes fazem parte dessa fundação. Dentro desta perspectiva os autores pontuam que em nossa modernidade (a partir do século XVI) diversas experiências e práticas contribuíram para o surgimento de uma multiplicidade de orientações no campo atual da psicologia. Outro ponto de vista é que a pluralidade da psicologia não é o produto do descuido científico ou de uma imaturidade do saber psicológico, mas o eco dessa profusão de experiências e práticas, e do modo como elas se articulam na construção de um solo psicológico (FERREIRA, 2007). Uma das experiências constitutivas da psicologia foi à experiência da individualidade, a subjetividade, compreendida como “um plano de interioridade reflexiva, em que cada vivência se encontra centrada e ancorada em uma experiência de primeira pessoa, de um eu” (FERREIRA, 2007:15). Vale salientar, que na época em que foi criada a história de um plano de interioridade, este não visava à busca de uma experiência universal no homem, mas a compreensão da constituição dessa experiência, considerada na atualidade uma das mais fundamentais. Essa constituição de um plano de subjetividade foi crucial para a construção do campo Psicológico. No entanto, como a subjetividade era algo que não podia ser observado, medido, localizada em uma parte do corpo, isto dificultou que a Psicologia fosse reconhecida como ciência. Este fato fez com que surgissem outras orientações como a behaviorista que criou métodos para observar, avaliar e prever comportamentos em busca da cientificidade. A dualidade alma e corpo proposto por Descartes marcou o início da Psicologia no século XVIII, e ainda está presente nas discussões que acompanham a psicologia nos